Conhece? Você já deve ter conhecido. Não é possível que não o tenha.
Aquela sensação de ter uma banda favorita, onde as participações de cada instrumento (que você, no sua pretensão tão jovial, acredita conhecer de cor) conseguem o feito de, ao menos uma vez na história do rock, harmonizarem-se de forma perfeita. Você tem certeza de que jamais se tocou daquela maneira, e de que nunca outrora houve uma conjunção tão perfeita do Espaço, uma que tenha permitido 3 ou 4 ou quem sabe 5 músicos, que nasceram para tocar juntos e apenas para tocarem juntos, compartilharem o mesmo palco ou estúdio. Você, no quarto, na rua e na escola, ouve repetidamente, compulsivamente, as mesmas músicas, sorvendo cada segundo daquelas canções e instrumentais tão perfeitamente executados, tão perfeitos que a verdade é que só podem ter sido feitos pensando em você, você, você, mais ninguém, apenas você. Eles são os seus melhores amigos e instrutores. Ignore as críticas e as piadas dos amigos que passam a perceber o seu vício naquele som em particular, uma obsessão que não é compartilhada ou sequer compreendida por mais ninguém. Tudo que importa é aquela banda, naquele momento, e, se você for o sábio o suficiente, o que você provavelmente não será, saberá aproveitar cada segundo, cada segundo em que você tem o prazer de se deleitar com o prévio conhecimento de cada riff perfeito, e esse prazer deverá ser sorvido assim, a quente ou a frio.
Após isso, você crescerá e perceberá que eles, os seus ex-ídolos, não passam duma banda medíocre.