O que poderia uma eterna simetria
Frente ao fragmentado universo
Espelhado nos rachados azulejos
Com que se veste a alma?
Eternamente inconciliável
É o derramar da areia
Com a sublime visão do castelo
Que então à minha visão se erige.
Falo todas as línguas do homem,
E sei que das palavras ecoadas
De uma distante fonte
No meu ouvido,
Todas fazem sentido,
E são belas.
Aceita o meu abraço,
E não me larga após
O mais efêmero mostrar
Apresentar a perene realidade
Que jamais se escondeu
Por detrás de cada grão de areia.
Sonho com mil mundos
Onde cada habitante
Sonha os seus mil mundos
E todos dormem felizes
Por não estarem em seus respectivos mundos.
Para quê aviões?
O homem jamais teria necessidade
De se levantar do chão,
Pois já teria em si
Toda a altura de que necessita.
Jesus não gritou por seu pai,
Jamais.
Gritou como um preso gritaria
Ao perceber a condenação
A que estava destinado:
Não subir aos céus.